terça-feira, 26 de junho de 2012




Envenena-me com teu doce, cujo aroma foste plausível e inesquecível a sensação que me faz sentir. Calafrios e arrepios intensos desde o dorso até o pé da orelha. Embrigado com veneno excitante e marcante me fazendo um convite. Olho teus lábios com o tom vibrante do batom vermelho e me vejo logo agarrado em ti. Teu corpo de longe exalando e me chamando ao pecado. Sabendo que envenenado sempre estive, porém a mim o efeito não pôs o fim. Não temo o veneno, pois aqui já morri e vivi antes na ardência do teu beijo com desejo de ser imortal, não um mortal vivendo morto. Ainda espero e quero que este teu veneno faça algo como uma inversão da morte na própria vida.” - Orvalho.


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Pois de amor andamos todos precisados, em dose tal que nos alegre, nos reumanize, nos corrija, nos dê paciência e esperança, força, capacidade de entender, perdoar, ir para a frente. Amor que seja navio, casa, coisa cintilante, que nos vacine contra o feio, o errado, o triste, o mau, o absurdo e o mais que estamos vivendo ou presenciando.” - Carlos Drummond de Andrade.


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Sou composta por urgências, minhas alegrias são intensas, minhas tristezas, absolutas. Me entupo de ausências, me esvazio de excessos. Eu não caibo no estreito, eu só vivo nos extremos. Eu caminho, desequilibrada, em cima de uma linha tênue entre a lucidez e a loucura. Eu gosto de ter amigos, porque preciso de ajuda pra sentir, embora quem se relacione comigo saiba que é por conta-própria e auto-risco. O que tenho de mais obscuro, é o que me ilumina. E a minha lucidez é que é perigosa" - Clarice Lispector. 

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